via Coletivo Feminista Classista – Marília
Nesta segunda-feira, dia 1º de maio, comemora-se o dia do trabalhador. A escolha dessa data vem da greve geral ocorrida nesse mesmo dia, em 1886 na cidade de Chicago. Milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, resultando na morte de 12 manifestantes e com alguns feridos durante um conflito com a polícia armada. Aqui no Brasil, também ocorreram fatos importantes no dia 1º de maio: em 1940, foi instituído o salário mínimo, e, em 1941, foi criada a Justiça do Trabalho, destinada especialmente para questões do trabalho e dos direitos dos trabalhadores.
Em 2017, porém, vemos um desmonte de todas essas conquistas. Com a ameaça da reforma da previdência, a flexibilização da CLT e a lei das terceirizações, o trabalhador se encontra cada vez mais precarizado a fim de servir ao capital e às grandes corporações.
Nesse contexto, as mulheres, grupo já prejudicado pela estrutura patriarcal e machista em que vivemos, serão cada vez mais jogadas à margem da sociedade. Atualmente, ocupam postos de trabalho mais precarizados, ganhando menos pelos mesmos serviços desempenhados por homens, com jornadas duplas ou triplas, além de sofrerem cotidianamente com a cultura do estupro e com o assédio não só no trabalho, mas também nas ruas, que retira das mulheres o direito ao próprio corpo.
Com as mudanças propostas pelas reformas trabalhista e da previdência, seremos afetadas de diversas formas:
A idade mínima para se aposentar será de 65 anos. Assim, as mulheres terão que trabalhar 10 anos a mais do que hoje.
A contribuição mínima para se aposentar será de 25 anos. Portanto, as mulheres terão que contribuir 10 anos a mais do que hoje.
Os trabalhadores poderão trabalhar até 12 horas por dias e 48 horas por semana. Isso quer dizer que as mulheres terão que trabalhar 4 horas/dia a mais do que atualmente.
Gestantes e lactantes poderão trabalhar em ambiente insalubre.
Não terão direito à licença maternidade e poderão ser demitidas por conta de gravidez.
Em uma realidade em que 88% das mulheres possuem jornada dupla ou tripla de trabalho, servindo 20 horas a mais do que homens com serviços domésticos considerados improdutivos; recebem 35% a menos do que os homens pela mesma função; 6 bilhões de mulheres são empregadas domésticas, com 70% delas sem carteira assinada; além daquelas que desempenham funções terceirizadas, ganhando, em média, 24,7% e trabalhando 3 horas a mais por semana do que os funcionários contratados, é possível compreender o quanto a perda de direitos, que está para ser imposta pelo governo Temer, afetará duramente as mulheres trabalhadoras brasileiras.
No dia 28 de abril, última sexta-feira, foi organizada uma Greve Geral por todo o país, com a intenção de barrar as mudanças que avançam rapidamente, ceifando os direitos e aprofundando a exploração da classe trabalhadora. Neste 1º de maio, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro se coloca a favor das paralisações, e segue na luta pela manutenção dos direitos duramente conquistados ao longo dos anos, rumo a uma sociedade verdadeiramente igualitária e emancipada.

Sem feminismo não há socialismo!

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