EXIGIMOS JUSTIÇA PARA MARIELLE E ANDERSON!

Na noite do dia 14 de março de 2018, uma assassinato brutal tirou a vida da militante do PSOL e vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, quando ambos voltavam de uma roda de conversa chamada “Mulheres Negras Movendo as Estruturas”, em meio à intervenção militar do Rio de Janeiro.

Mais de um ano após o ocorrido, a investigação instaurada identificou o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz como os praticantes deste crime.
No entanto, a pergunta “QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?” segue sem resposta.

 

 

Nós, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, consideramos de grande gravidade a citação do presidente Bolsonaro na investigação do assassinato de Marielle Franco e do seu motorista Anderson, conforme noticiado pela grande mídia na noite de 29/10/2019 e exigimos a investigação pelo Supremo Tribunal Federal.

Assim o exigimos porque sabemos que o assassinato de Marielle Franco se insere, claramente, no cenário de perseguição política histórica que os lutadores e lutadoras sociais sofrem no Brasil. Aqueles que resistem ao poder do capital, que criam barreiras aos seus interesses de acumulação e domínio.

Para as lutadoras e para as mulheres trabalhadoras, principalmente as negras também pesam um significado grande. As mulheres negras, como Marielle Franco, seguem sendo as principais vítimas de feminicídio no Brasil. Vale constar que entre os anos de 2005 e 2015 a taxa de mortalidade de mulheres negras aumentou em 22%, enquanto a de mulheres brancas reduziu em 7,4%. As balas que atingiram Marielle Franco e Anderson Gomes não se restringiram apenas aos seus corpos, mas sim a todo o conjunto dos movimentos sociais, organizações e partidos que estão comprometidos com a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores e do aparelho repressivo e corrupto de um Estado burguês. E toda bala tem endereço e corpo certos, sabemos.

Mulher, periférica, negra, bissexual, para além de todas as opressões estruturais que a mesma sofria, Marielle foi morta por aquilo que ela representava em seu conjunto. Muito mais do que uma representatividade na institucionalidade burguesa, ela simbolizava um modo de fazer política vinculado à classe trabalhadora, aqueles que são diariamente massacrados pelo Estado brasileiro. Vereadora eleita com 46 mil votos, se destacava por sua trajetória como defensora dos direitos humanos e, principalmente, contra a violência policial no Rio de Janeiro. A morte de Marielle também foi um duro golpe na questão de gênero, num país cuja representação feminina nas instituições políticas é baixíssima.

O capitalismo brasileiro é uma máquina de moer gente, e somente a luta organizada dos trabalhadores, sem ilusão com a conciliação de classes, pode deter o terrorismo de Estado à serviço da burguesia. Por isso além de exigir a apuração afirmamos que as mulheres trabalhadoras permanecerão nas ruas e se organizarão para resistir e avançar contra todos os ataques e violências que recaem sobre seus corpos. Nos somaremos às mobilizações chamadas pela apuração imediata das novas informações que vieram à tona.

Marielles não serão mais interrompidas!

Marielle e Anderson, presentes!

Basta de massacres contra o povo trabalhador!

Pelo Poder Popular, rumo ao Socialismo!