Empregada doméstica morre com suspeita de coronavírus

Nota Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro SC

No dia 17 de março, a prefeitura de Miguel Pereira, região serrana do Rio de Janeiro, registrou o falecimento de uma senhora de 63 anos com sintomas de coronavírus. A paciente era empregada doméstica no Rio de Janeiro e estava em contato direto com sua empregadora, que teve teste positivo para Covid-19 após voltar de viagem na Itália. A empregada deu entrada no hospital municipal de Miguel Pereira, em 16 de março, em estado grave, conduzida de táxi direto do seu ambiente de trabalho.

Embora o laudo da causa da morte ainda não tenha sido liberado pelas autoridades, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro de Florianópolis, gostaria de pautar a importância de entendermos a atual pandemia do novo coronavírus e suas formas de prevenção em uma sociedade de classes, em que nos perguntamos: Quem poderá ficar em casa em quarentena? Quem poderá lavar as mãos e fazer sua assepsia com álcool gel? Quem poderá se alimentar bem e se hidratar para não baixar a imunidade? Quem poderá ter os cuidados necessários para ser tratado/a em caso de teste positivo para Covid-19?

Em um país profundamente desigual como o Brasil, com um histórico de constantes violências aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, como as recentes reformas trabalhista e da previdência, o coronavírus atingirá desproporcionalmente a classe trabalhadora, as mulheres como essa senhora de 63 anos que precisam trabalhar enquanto suas empregadoras retornam de viagens internacionais portando o vírus.

Um vírus que mostra na prática como a desigualdade social da mulher está além do gênero. Mulheres pobres morrerão por cuidar de suas empregadoras. Essas mulheres pobres têm cor, são principalmente mulheres negras.

São mulheres e homens pobres que precisam batalhar todos os dias por pão, muitas vezes sem as condições de higiene adequadas para prevenção do vírus, que enfrentam transporte público superlotado, que precisam deixar seus filhos e filhas em creches, que vivem em locais sem saneamento básico, que dependem do atendimento do SUS (que vem sendo duramente atacado pelo atual governo ultraliberal). Mulheres e homens que se ficarem em casa para não morrer de coronavírus, morrerão de fome.

Nós do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro de Florianópolis reivindicamos a necessidade urgente de organizarmos a classe trabalhadora contra o sistema capitalista que coloca o lucro acima da vida e que, em tempos de crise como esta, nos prova o quanto o povo pobre é ainda mais atingido, já que, caso contrário, continuaremos morrendo.

 Pela revogação imediata da Emenda Constitucional 95 (teto dos gastos públicos)!

🏥 Em defesa do SUS 100% público e universal!

✊🏾 Derrotar o governo de Bolsonaro e Mourão, construindo o Poder Popular rumo ao Socialismo! ☭

🚩 Feminismo Classista, Futuro Socialista!