Nós do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro repudiamos a nomeação do médico Raphael Câmara como titular da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde. O ginecologista representa setores ultra conservadores, que com suas atitudes e defesas reiteram a violência estrutural às mulheres.
Perseguidor da ciência e dos direitos das mulheres, faz coro com a ministra Damares na defesa da abstinência sexual para evitar doenças sexualmente transmissíveis.
Em 2018, na audiência pública que discutiu a descriminalização do aborto, participou de maneira esdrúxula questionando o número de abortos ilegais, os estudos científicos a respeito, acusando a atuação das enfermeiras obstétricas como culpadas pelo aumento da mortalidade materna e sendo racista, ao afirmar que não existe racismo institucional.
A Atenção Primária à Saúde ( APS ), que tem potencialidade de ser um nível de atenção a saúde que aproxime e cuide de forma mais integral das mulheres, principalmente aqueles e aquelas que sofrem as violências cotidianas, não pode ficar estar na responsabilidade de alguém com esse histórico.
A APS no último ano já sofreu grandes ataques com a criação da carteira de serviços, a Agência de Desenvolvimento da APS ( ADAPS), a mudança no formato de financiamento e a finalização dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família ( NASFs),a secretária passou quase dois meses sem um titular, tais ataques em em seu conjunto indicam um atenção cada vez médico centrada e intervencionista, produtivista, privatizada e com menores financiamentos.
Em defesa do SUS!
Somos totalmente contrárias a Raphael Câmara para a Secretaria da APS!
Contra todas as formas de machismo, racismo, LGBTfobia!
Por uma Atenção Primária à Saúde Integral, organizadora das demandas populares e transformadora!