O dia 25 de Novembro foi declarado Dia Internacional pelo fim da violência contra as Mulheres no primeiro encontro Feminista da América Latina e Caribe organizado em Bogotá, Colômbia, de 18 a 21 de julho de 1981.

A data foi escolhida em memória e homenagem às irmãs Mirabal (Minerva, Pátria, e Maria Teresa), que foram brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1961.Conhecidas como “Las Mariposas” (em português As Borboletas – codinome utilizado nas atividades clandestinas),lutavam por soluções para os graves problemas sociais e pela liberdade política na República Dominicana, que vivia uma das mais violentas ditaduras da América Latina ( 1930 a 1961).


Foram perseguidas e presas várias vezes,sem cessar a luta em oposição a Rafael Trujillo, ditador sanguinário.Na ultima vez em que estiveram presas,houve grande comoção popular que levou Trujillo a libertá-las,para em seguida assassiná-las forjando um acidente de carro. Seus corpos foram encontrados no fundo de um vale, estranguladas e com os ossos quebrados.
O assassinato das “Las Mariposas “ repercutiu em todo país,intensificando as mobilizações contra o regime e pouco tempo depois em 30 de maio de 1961, Trujillo é assassinado e com ele cai a ditadura.

Em 1999, as Nações Unidas reconheceram oficialmente o 25 de Novembro como o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres.Dar foco a existência dessa data nos remete a pautar acerca da estrutura patriarcal e de dominação que estamos submetidas socialmente.

A violência é a ruptura de qualquer integridade da vítima, seja ela física, moral, psíquica ou sexual. É crucial para a continuidade do sistema capitalista, patriarcal, homofóbico e racista. Vejamos, a opressão da mulher pelo homem é necessária a perpetuação do sistema capitalista, ao passo em que é subordinada aos desejos e violências machistas, o ciclo patriarcal de controle e dominação aumenta. Na América Latina, isso é ainda mais latente por conta de todo o período de genocídio da população indígena e negra, sendo endossado pela cultura do estupro, presente desde a era colonial.

Fica a dica de assistir ao belo filme “No tempo das Borboletas”, de Mariano Barroso.