Aconteceu dia 16 de dezembro, a I Marcha pela Cidadania T. A marcha, organizada pela própria população de travestis, mulheres transexuais e homens trans, deu abertura ao IX Encontro Regional Sudeste de Travestis e Transexuais, que se reunirá em torno do debate e construção de políticas públicas para a população T até sexta-feira, na ALESP. O ata concentrou sob o Masp às 16:00 e seguiu em marcha até a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, com cerca de duzentos militantes no total.
O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro manifesta aqui apoio e reitera a importância das lutas feminista e anticapitalista para esta população marginalizada pelo sistema. A população T tem suas identidades de gênero utilizadas para rebaixá-la à condição de cidadãs e cidadãos de terceira classe, condição útil para que o capitalismo “justifique” a extrema precarização de trabalhos e condições de vida que lhes reserva.
Hoje, com demandas imediatas que são premissa de sobrevivência minimamente digna, a população de travestis e transexuais luta pelo o acesso a condições de trabalho que não tornem a prostituição a única saída possível, como hoje é para 90% desse grupo; por acesso digno e gratuito à saúde, acesso que hoje só se dá pela patologização que reforça o status de “doença” característico dessa marginalização; moradia, considerando que a exclusão e discriminação levam às ruas boa parte da população T, que é expulsa de casa, da escola e da luz do dia, sendo portanto parte significativa da população em situação de rua; readequação da documentação para a realidade social (sexo e nome social), cuja dificuldade hoje é um dos elementos que se relacionam com todas as outras dificuldades citadas anteriormente: saúde, trabalho, moradia, estudo e vida digna.
Reiteramos que a população T é parte considerável e não menos importante da classe trabalhadora e da população que é mantida como exército de reserva. Para que a esquerda revolucionária possa dizer que luta por toda a classe, é premissa que não invisibilize, relativize ou desconsidere a necessidade de sobrevivência dos grupos mais marginalizados da classe.
Essa luta também deve ser nossa.
ESTAMOS PRESENTES E MANIFESTAMOS APOIO!!