Veronica Bolina, travesti, negra: presa, espancada, fotografada seminua e desfigurada pela própria polícia, então exposta e humilhada com essas fotos divulgadas na rede. Pela própria polícia.
A mídia se deleita: “o traveco que arrancou a orelha do policial na mordida”, “o louco que mordeu o policial”, fotos da orelha, fotos de sangue, tom de “fez por merecer”. Merecia apanhar! Ela pediu.
“A louca” que arrancou a orelha do policial foi detida, jogada na cela masculina onde foi novamente agredida. Apareceu misteriosamente desfigurada, certamente sem envolvimento dos policiais que a fotografaram no momento seguinte, enquanto ainda sangrava semi-nua e de calças rasgadas na rua. “A louca” foi fotograda, humilhada e exposta. “A louca” estava pedindo. “A louca” mordeu a orelha de um policial, que obviamente a conduzia com toda a ética e respeito típicos da corporação, enquanto este a transferia gentil e carinhosamente para uma cela mais segura - de tão preocupado que é.
A louca não é louca.
É travesti.
É gênero feminino.
É negra.
É trabalhadora.
É misoginia, transfobia e racismo. É problema nosso também.
O Coletivo Feminista Ana Montenegro se coloca à disposição para o que for necessário na condução do caso.
Todo apoio a Veronica Bolina.
Tem horas que sinto vergonha de ser humana! A luta continua! Somos Todas Verónica!
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Com os olhos cheios de lagrimas, o coração apertado escrevo estas palavras.
Como inssistem em nos denominar racional diante uma cena dessa?
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Até quando vamos ter que conviver com práticas de tortura e discriminação no sistema de “proteção” estatal? Que Estado é esse? Deve-se apurar e exonerar os culpados e que não acabe em pizza corporativa!
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NA VERÔNICA MASSACRADA, É TODO BRASIL CRUCIFICADO.
É nossa irmã e nosso irmão, é a nossa identidade.
Retrata a nossa negação, imensa desumanidade.
A condição abandonada, do humano sacrificado.
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
O desumano monstruoso, é o insensível colossal.
Um tratamento criminoso, é o abandono mais total.
A Mulher foi desrespeitada, o irmão foi aniquilado.
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
Não teve chances nem luz, nenhuma consideração.
Abandonada na Cruz, o retrato desumano da Nação.
A Pátria foi escancarada, e o cidadão foi sangrado.
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
O desnecessário bestial, sem pudor ou humanidade.
A tortura viva e real, ameaçando a nacionalidade.
Ferida e desrespeitada, povo e Nação indignados.
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
Revelou nosso terrível, o que somos capaz de chegar.
A vergonha indescritível, é o nosso modo de tratar.
Pessoa humana humilhada, o retrocesso calculado
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
Fazemos isso no dia a dia, temos feito isso sempre.
A confundir a cidadania, com a marca vil presente.
É a Pátria sendo sangrada, é um cidadão torturado.
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
Nada sendo respeitado, sem vergonha e moderação
É comum ser torturado, sem respeito ou moderação
Uma intenção planejada, e cada um esta ameaçado.
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
É a baixaria criminosa, querem a tortura oficializar.
A prática mais vergonhosa, é a Ditadura a voltar.
A Crueldade deslavada, já em cada um atentado
Na Verônica massacrada, é todo Brasil Crucificado.
Azuir Filho e Turmas de Amigos: do Social da Unicamp, Campinas, SP,
de Rocha Miranda, Rio de Janeiro, RJ e de Mosqueiro, Belém do Pará.
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