Entre os dias 15 a 17 de junho de 2017, ocorreu na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, a XXIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. A convenção ocorre atualmente de forma bianual, sendo que esta foi organizada pala Associação Cultural José Martí – Minas Gerais e pelo Instituto Cubano de Amistad com los Pueblos – ICAP.

A abertura do evento ocorreu no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal de Belo Horizonte e contou com a presença do camarada Edmilson Costa, Secretário Geral do Partido Comunista Brasileiro – PCB que destacou a “solidariedade incondicional dos comunistas brasileiros com o povo, o governo e o Partido Comunista Cubano – PCC”.

Nos outros dias o Centro de Referência da Juventude acolheu as atividades da convenção marcada por homenagens aos líderes da Revolução Cubana, Fidel Castro e a Ernesto “Che” Guevara. Comandante Fidel Castro nos deixou em 25 de novembro do ano passado e este ano é lembrado com pesar que se passam 50 anos do assassinato de Che Guevara. Na convenção também ocorreram comemorações em função do centenário da Revolução Russa.

A Revolução Cubana teve início em 1° de janeiro de 1959 e é para todas e todos que ousam sonhar com a construção de uma sociedade socialista um verdadeiro exemplo. Assim, temos na Revolução Cubana esse ensinamento de construção de uma nova formatação para sociedade, de maneira democrática, a serviço da classe trabalhadora. Cuba Socialista suportou e suporta todas as pressões do imperialismo norte-americano, o criminoso bloqueio econômico, tentativas de invasão, sabotagens e cercos. Contudo, a experiência de construção socialista empreendida pelos revolucionários cubanos foi defendida com garra pelo seu povo que mesmo diante de condições tão adversas resistem.

Ainda durante a convenção soube-se do pronunciamento do atual presidente dos EUA, Donald Trump, revogando uma série de legislações que vinham sendo articuladas entre os dois países visando um melhor relacionamento com revogação de pontos do bloqueio criminoso impetrado pelos EUA a Cuba. A questão do pronunciamento de Trump é abordada na declaração aprovada na convenção (que segue a baixo na íntegra). Frente a isso foi reiterado a solidariedade a todo o povo cubano que suportou, suporta, e suportará todas as pressões do imperialismo norte-americano e que seguirá resistindo e servindo de exemplo. A próxima convenção acontecerá em 2019 sob o tema mulheres no processo da revolução cubana.

Declaração final da

XXIII CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA

CARTA DE BELO HORIZONTE

Convocados pela Associação Cultural José Martí de Minas Gerais (ACJM_MG) e pelo Movimento Brasileiro de Solidariedade a Cuba, amigas e amigos da ilha sempre rebelde, representantes de dezenas de estados da Federação, organizações políticas, sociais, juvenis, religiosas, sindicais e estudantis estivemos presentes à “XXIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba”, ocorrida de 15 a 17 de junho de 2017, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Neste grande evento prestamos nossas homenagens ao legado imortal do líder histórico da Revolução Cubana, Comandante-em-Chefe Fidel Castro Ruz e ao Guerrilheiro Heroico Ernesto “Che” Guevara no 50 aniversário de seu assassinato. Também celebramos os 100 anos da Revolução Socialista de outubro, reconhecendo que somente o socialismo terminará com exploração imposta pelo neoliberalismo selvagem.

Num contexto em que a contraofensiva imperialista, a burguesia nacional e a grande imprensa pretendem calar nossas vozes; nesta hora de luta do povo brasileiro pela volta da democracia e por nenhum direito a menos; neste momento decisivo para a América Latina em sua luta por sua definitiva independência e soberania, o Movimento Brasileiro de Solidariedade a Cuba reafirma suas bandeiras de permanente compromisso e amizade com a Revolução Cubana.

Acrescentaremos o trabalho solidário conforme a realidade apresentada depois de conhecer a desastrosa decisão do presidente dos Estados Unidos de romper os acordos assinados há dois anos entre Obama e Cuba. Uma vez mais os EUA se colocam em uma posição isolada, ignorando a comunidade internacional na tentativa frustrada de derrotar a Revolução Cubana.

Agora, com mais empenho, reafirmamos nossa posição de acompanhar e apoiar militantemente ao povo cubano.

As brasileiras e brasileiros reunidos nesta histórica data, declaramos:

1- Ratificar nossa confiança no processo de atualização do modelo econômico, político e social cubano que conduzirá ao fortalecimento de seu sistema socialista.

2- Apoiar incondicionalmente o povo cubano, convencidos de que as novas gerações de cubanos não renuncirão aos princípios éticos e valores legados pela geração histórica, relacionados com os povos de Nossa América e do mundo.

3- Rechaçar as declarações e medidas anunciadas pelo atual presidente estadunidense, hostilizando, mais uma vez, a população cubana, no rompimento, de forma unilateral, dos acordos assinados com o governo anterior.

4- Exigir o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos, em respeito à resistência do povo cubano e da Comunidade Internacional que, no ano passado, retificou sua posição ao lado da Revolução Cubana em votação histórica de 191 votos a favor e duas abstenções: o próprio Estados Unidos e Israel. E também como forma de atuar consequentemente em razão do reconhecimento do próprio governo de seus país da falência desta política criminosa e genocida.

5- Exigir o fim da ocupação ilegal estadunidense da Base Naval em Guantánamo e devolver imediatamente este território usurpado por mais de um século a seus legítimos donos, o governo e o povo de Cuba.

6- Exigir o fim das transmissões ilegais das mal denominadas “Radio e Televisão Martí, violadoras das normas da União Internacional de Telecomunicações.

7- Denunciar por todos os meios de imprensa tradicionais e meios alternativos ao nosso alcance, assim como através das redes sociais, os programas de subversão e desestabilização que contra a Ilha tramam a CIA, a USAID, a NED e outras organizações estadunidenses em complô com grupos contrarrevolucionários de Miami.

8- Acompanhar o trabalho de mais de 10.000 cubanos e cubanas, profissionais da saúde que hoje prestam colaboração em nosso país como parte do programa “Mais Médicos”.

9- Denunciar a ingerência do governo estadunidense na República Bolivariana da Venezuela, condenando o financiamento e o apoio logístico à burguesia na tentativa de derrubada do governo democraticamente eleito do presidente Maduro.

Belo Horizonte, Minas Gerais, aos 17 dias do mês de junho de 2017.

Sem feminismo não há socialismo!