Irinéia Rosa Nunes da Silva, ou simplesmente Dona Irinéia, como é comumente conhecida, nasceu em 1949, na Comunidade de Remanescentes Quilombolas Muquém, no município de União dos Palmares (AL), terra de muita resistência e história, que carrega a ancestralidade do Quilombo dos Palmares.
Esta mulher aprendeu o ofício de artesã com sua mãe ainda na juventude, iniciando com peças utilitárias como vasos e panelas de barro para ajudar no sustento de casa para a sobrevivência de todos os integrantes da família. Já adulta, conheceu o homem que viria a ser o seu segundo marido, Antônio, o Seu Toinho. A união dos dois consolidou o aperfeiçoamento do oficio de artesã e logo as peças utilitárias passaram a dar lugar a arte de esculpir barro e transformar em peças que retratam o cotidiano das comunidades negras alagoanas em esculturas. Ambos sempre utilizaram este trabalho como forma de sustento de seu lar e família.
Dona Irinéia tem nas mãos mais de 35 anos como artesã, praticamente metade da vida, ganhando reconhecimento pelas suas obras em todo o Brasil e também internacionalmente. Matriarca de 11 filhos, todos criados, e que já seguem a vida com as próprias pernas. No ano de 2005 ela foi reconhecida como patrimônio vivo do estado de Alagoas.
Fonte:
ROSA E SILVA, E. Q.; BOMFIM, E. A. (Org). Dicionário Mulheres de Alagoas ontem e hoje. Maceió: Edufal, 2007.