Via @anamontenegro.ctba
Segundo os números divulgados pelo Sivep-Gripe compilado por entidades de obstetras e enfermeiras de 12 universidades brasileiras, foram notificadas até agora 201 mortes maternas no Brasil. O dado fica mais alarmante ainda se considerado comparativamente ao resto do mundo: oito a cada dez mortes são brasileiras.

Segundo um outro estudo composto por pesquisadores e profissionais da saúde, foi observado que muitas mulheres não chegam a ter acesso à UTI e 36% não chegaram a serem entubadas. O estudo vai além ao observar que as mulheres negras são as que apresentam maior casos de mortes, sendo que estas morrem duas vezes mais que mulheres brancas. Assim, é possível verificar que as lentes biomédicas apontam para as disparidades raciais em saúde. Constatando, mais uma vez que, no nosso país, o racismo e o sexismo são estruturalmente determinantes nas piores condições de vida e de trabalho, assim como falta de acesso aos cuidados em saúde e oportunidades para a população negra, particularmente de mulheres negras.

No Brasil, o encontro entre gênero, raça e classe social aprofundam a tragédia das mortes maternas em decorrência do vírus, principalmente quando o país não está adotando medidas de fato efetivas na contenção da pandemia.

Portanto, falar sobre as mortes de gestantes e puérperas tem um papel importante tanto em relação a criar protocolos científicos para melhor prevenir e tratar, bem como para lutar por mais políticas públicas de acesso às mulheres.

Fontes:

https://folha.com/7xksm589
https://emais.estadao.com.br/blogs/ser-mae/oito-em-cada-dez-gestantes-e-puerperas-que-morreram-de-coronavirus-no-mundo-eram-brasileira

https://academic.oup.com/cid/article/doi/10.1093/cid/ciaa1066/5877027 Ver menos