“Ana Montenegro, mulher feita de aço e pétalas, nasceu em 13 de abril de 1915 na cidade de Quixeramobim, no interior do Ceará. Mas, como ela rotineiramente gostava de afirmar: “sou cearense de nascimento, carioca de coração e baiana por escolha”.

Militante comunista convicta, Ana viveu no século XX uma história intensa de luta contra a sociedade de classes, a favor da Democracia, do direito das mulheres e do povo.Publicou diversas poesias e livros: Mulheres – participação nas lutas populares, Uma história de lutas, Ser ou não ser feminista e Tempos de Exílio.

Ana Montenegro atuou na área do direito, foi ativa jornalista, desenvolveu intensa pesquisa histórica sobre os movimentos populares e suas lutas de contestação. Foi homenageada em um congresso nacional da OAB, indicada ao Nobel da Paz e recebeu diversas homenagens e comendas de instituições nacionais .Já próximo a sua morte ainda se fazia presente na luta, afirmando: “Que sua luta continua, por pão, terra e trabalho, sendo que um país que tem isso, tem liberdade”.

Exilada política, separada e mãe de dois filhos, teve um deles (Miguel) morto durante o exílio. Em seu enterro o povo, as mulheres simples, o mundo político e intelectual e seus camaradas encheram o salão para um ato político da mais bela homenagem. Seu caixão ao baixar para a cremação estava coberto com a bandeira vermelha do PCB, marcada com a foice e o martelo da luta dos trabalhadores do campo e da cidade, na terra que escolheu como sua: Salvador.

Em sua homenagem e reconhecimento a sua valorosa contribuição as lutas da classe trabalhadora, militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) fundaram o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro.

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