Nós, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro da Bahia, prestamos toda a solidariedade à camarada, professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), militante ativa das lutas sindicais feministas classistas, LGBTs, antirracistas e comunistas, Márcia Santos Lemos.

Durante reunião, ocorrida no dia 02 de junho de 2021, do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da UESB, em discussão sobre o regulamento do Ensino Remoto Emergencial para o semestre 2020.2, a camarada Márcia Lemos, que é representante no Conselho, foi agredida verbalmente de forma machista, desrespeitosa e misógina por um aluno do curso de Medicina da instituição, no chat do canal do youtube da Uesb Oficial, que transmitia ao vivo a reunião do Conselho para toda a comunidade universitária. O machismo mata e busca silenciar a voz das mulheres, mas não nos calarão!

Desde a suspensão das atividades, professoras e professores têm desenvolvido seu trabalho de forma remota, incluindo ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão. Para a maioria das mulheres, em suas diferentes categorias, sabemos que não tem sido fácil, pois multiplicou a carga de trabalho doméstico em virtude da pandemia pela qual estamos passando. A UESB tem conduzido o debate sobre o Ensino Remoto Emergencial de maneira democrática e respeitosa e não deve aceitar nenhum tipo de calúnia e injúria contra qualquer pessoa. Por isso, é necessário que os fatos sejam devidamente apurados, pois é inadmissível que a Universidade permita ofensas à sua comunidade.

A camarada em questão sofreu ofensas e agressões verbais por expor a posição da plenária que estava representando, de não concordar com o ensino híbrido proposto por alguns cursos e discentes da instituição. Essa forma de ensino pode contribuir mais ainda para o aumento do número de casos de Covid-19 na comunidade acadêmica, em especial nas funcionárias terceirizadas, maioria de mulheres, que serão as mais expostas durante o trajeto até a Universidade e durante o seu trabalho de higienizar os locais de funcionamento do ensino presencial.

É inadmissível esses insultos e ataques contra uma camarada que vem dedicando sua vida às lutas contra todas as formas de opressão e contra a exploração da classe trabalhadora, bem como por uma universidade popular e de qualidade para todas, todos e todes.
Reiteramos nossa solidariedade e apoio à camarada, militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, da corrente sindical Unidade Classista e do Partido Comunista Brasileiro.

Coordenação Estadual do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro Bahia