“Comecei a teorizar porque estava sofrendo – a dor dentro de mim era tão intensa que eu não podia continuar vivendo. Cheguei à teoria desesperada querendo compreender (…) Mais importante, eu queria fazer a dor ir embora. Vi na teoria um local para a cura”.

bell hooks, a autora desse depoimento, que tanto reflete por vezes nossos caminhos de busca pela teoria e prática revolucionária, militante feminista e antirracista estadunidense, deixou-nos nesse 15 de dezembro de 2021. Desde a infância confrontada pelo racismo de seu país, que cotidianamente segregava por lei a população negra, e pelas desigualdades do patriarcado e do capitalismo, hooks conseguiu, através de oportunidades da educação, tornar-se filósofa e escritora. 

A partir disso, com influências da pedagogia de Paulo Freire, desenvolveu seus trabalhos que refletiram sobre a educação como prática de liberdade, e, principalmente, sobre a condição social das mulheres negras, que para ela não podia ser pensada sem uma crítica profunda ao capitalismo. Assim, bell hooks na segunda metade do século XX, e no século XXI, tornou-se referência para a luta de mulheres trabalhadoras do mundo todo. 

Nós, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, lembramos seu nome, e fazemos viver seu legado através da nossa luta antirracista, feminista, e comunista.