DIA DAS MÃES TRABALHADORAS!

Neste dia das mães, nós, feministas classistas, saudamos todas as mães que assumem a complexa tarefa de criar seus filhos e cuidar de suas famílias em um sistema que coloca os trabalhos de cuidados como responsabilidade apenas das mulheres. O peso dessa tarefa é ainda mais nítido quando consideramos que vivemos em um país onde o aborto é criminalizado, o acesso a contraceptivos, educação sexual e planejamento familiar ainda é precário. Os índices de abandono parental são altos, em 2021 6,3% das crianças nascidas foram registradas apenas com o nome da mãe, e mesmo entre as crianças que tem o nome do pai no registro de nascimento o abandono afetivo é alto e muitos não cumprem com suas responsabilidades mínimas como garantir pagamento de pensão alimentícia e dividir a responsabilidade pelos cuidados com saúde e educação.

São mais de 11 milhões de mães solo no Brasil, segundo dados do IBGE. Ser mãe solo é ser responsável pela educação, cuidados, sustento e todas as responsabilidades referentes a criança, sozinha. Por essas razões, a maternidade traz consigo a tarefa de lutar. Lutar pela sobrevivência e condições de vida mais dignas para nossos filhos. Nossas taxas de mortalidade materna e infantil são altas e em sua maioria ocorrem por causas evitáveis, entre os principais motivos estão: a falta de assistência e de orientação às grávidas, a deficiência na assistência aos recém-nascidos, a ausência de saneamento básico e desnutrição.

Seguimos na luta por acesso pleno a educação sexual, contraceptivos e planejamento reprodutivo. Pelo fim da violência obstétrica e da divisão sexual do trabalho que agrava a desigualdade, pela redução da mortalidade materna e infantil, pelo fim do genocídio da juventude negra.

A construção de um novo mundo, onde todos os trabalhos de cuidados serão socializados entre toda a comunidade, é essencial para garantir a emancipação das mulheres e de toda a classe trabalhadora. Que comemoremos um dia das mães de luta!

Via perfil da nossa camarada pré-candidata ao governo de Minas Gerais, @renatareginadoula