Junho é mês da visibilidade e orgulho LGBTQIA+. É o mês em que relembramos Stonewall e que, desde 1969, pauta o enfrentamento à repressão e a resistência de uma comunidade presente no mundo todo. Stonewall nasceu pela liderança de Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, ativistas trans.
Cooptada pelo capitalismo, a pauta LGBT+ sofre constante esvaziamento e desumanização, sendo utilizada como ferramenta simbólica por diversas marcas. Stonewall deve ser uma postura revivida e não uma alegoria esvaziada de seu conteúdo político.
A importância da organização da comunidade LGBT+ e do seu posicionamento político se mostra em casos como a criação do PL 2578/2020 criado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR). O Proj. de Lei pretende determinar que “tanto o sexo biológico como as características sexuais primárias e cromossômicas definem o gênero do indivíduo no Brasil”. A determinação biológica do gênero, dentre diversas problemáticas, preza única e exclusivamente por uma determinação binária de identidades (masculina/feminina), reforçando a organização social e produtiva, do capitalismo, baseada na divisão sexual do trabalho e que não é coerente com a realidade material das subjetividades humanas. Além disso, é um recuo nos direitos institucionais adquiridos com muita luta pela comunidade LGBT+, que entende que essa perspectiva está ligada aos interesses de uma classe dominante de manter e reproduzir as relações patriarcais tanto na esfera privada, quanto na pública.
A comunidade LGBT+ também faz parte da classe trabalhadora e também é explorada. A pauta LGBT+ não é um assunto a parte dentro do comunismo: deve se fazer presente nos espaços de organização e representação política para formação do campo socialista revolucionário. A luta LGBT+ é também a luta da classe trabalhadora! É a luta por moradia, por saúde, por segurança, por educação, por condições de trabalho e pelo direito à própria vida.
E não é apenas no mês de junho que devemos nos posicionar. O CFCAM é contra a LGBTfobia, assim como é contra todas as formas de opressão à classe trabalhadora. Apenas a luta organizada será capaz de nos garantir condições dignas de vida.
LGBT+ tem classe!