No dia 25 de novembro, Dia Internacional de Não Violência Contra as Mulheres, inicia-se uma jornada de 21 dias de ativismo pelo fim da violência sistemática contra as mulheres. O dia foi estabelecido no primeiro encontro feminista da América Latina e do Caribe, que aconteceu em julho de 1981 em Bogotá e remete à memória das irmãs Mirabal (Minerva, Pátria e Maria Teresa) – “ Las Mariposas ”, como eram conhecidas clandestinamente. Elas foram brutalmente assassinadas devido à luta contra a ditadura sanguinária de Rafael Trujillo, na República Dominicana (1930 – 1961), um dos regimes ditatoriais mais violentos da América Latina.

No Brasil, os dias de ativismo começam no dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, que remete à morte de Zumbi dos Palmares e a toda história de resistência e enfrentamento à escravidão pelos povos africanos e afro-brasileiros. Lutas e organizações foram protagonizadas por diversas mulheres negras, como Acotirene, conselheira e dirigente do Quilombo dos Palmares e Zeferina, exímia estrategista e organizadora do Quilombo do Urubu.

Em uma conjuntura tão adversa para a classe trabalhadora, principalmente para as mulheres, população LGBT, população negra e povos indígenas, retomar a história tanto das irmãs Mirabal, contra a ditadura militar, quanto de Zeferina e Acotirene contra a escravidão é parte fundamental da disputa da memória de combatividade das mulheres e dos povos negros e indígenas no Brasil e na América Latina.

A organização das mulheres, da população negra, indígena e LGBT é fundamental para as lutas socialistas e comunistas e deve ser central nas organizações de classe para o combate a toda e qualquer forma de violência. Defendemos que somente a organização da classe trabalhadora e o rumo ao socialismo poderá mudar substancialmente a situação da violência patriarcal, machista, racista, LGBTfóbica e classista.Derrubar a extrema-direita e lutar contra todas as formas de violência e contra o capital!Rumamos!

Coordenação Nacional do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro