#MarielleFranco faria aniversário hoje. Política, feminista e ativista pelos direitos humanos e pela população LGBTQ+, a história de vida da Marielle reflete a de muitas mulheres da classe trabalhadora.
Moradora da favela da Maré, começou a trabalhar desde cedo para ajudar a manter a casa. Aos 19 anos, teve a sua primeira filha, criando-a na ausência do pai, ao mesmo tempo que trabalhava, ganhando um salário mínimo.
O acúmulo de funções é uma realidade que impede as mulheres em conquistar e se manter em espaços para além da casa e do trabalho. As tarefas domésticas são individualizadas e improdutivas, não remuneradas. No mercado de trabalho, enfrentam outras dificuldades, como a precarização, a má remuneração e a ameaça da retirada de direitos o tempo todo, principalmente quando se trata das mulheres negras.
Mesmo assim, Marielle começou a estudar para entrar na universidade e, depois que um amigo morreu de bala perdida, se tornou uma ativista pelos direitos humanos, passando a denunciar os abusos de autoridade dos policiais. Logo, Franco entrou na universidade com bolsa de estudos em Ciências Sociais. Um marco e uma exceção para muitos trabalhadores.
Concluiu mestrado em Administração Pública, foi assessora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro por dez anos, integrou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da ALERJ e, em 2016, foi eleita vereadora com o 5º maior número de votos.
Desde que entrou para a vida pública, foi firme pelos seus ideais e mostrou resistência dentro do sistema político burguês.
O assassinato da Marielle também representa a tentativa de silenciamento de quem incomodava a ordem, o medo de ver os trabalhadores como agentes da própria história. Precisamos continuar incomodando esse sistema e seguir na luta, organizados. Por respostas, por Marielle, por Anderson, pelo Poder Popular!
Via @anamontenegro.portoalegre