No dia 12 de agosto, o Quilombo Campo Grande, localizado na cidade de Campo do Meio no sul de Minas Gerais, foi invadido com mais de 30 viaturas policiais a partir de uma ordem de despejo emitida pela Justiça Estadual. A covarde ação comandada pelo governador Romeu Zema (NOVO) e orquestrada pela força entre políticos locais, fazendeiros, latifundiários e autoridades jurídicas, demonstra mais uma trágica página de nossa história sobre a criminalização dos movimentos populares.

O MST tem hoje um foco de atuação na defesa da agroecologia, do manejo sustentável da terra e no consumo consciente como parte da segurança alimentar. Foco distinto do empresariado que vê na natureza a possibilidade de exploração e enriquecimento individual, cumprindo a agenda do agronegócio.
Ao longo de nossa história, Quilombos tem se mostrado um local não apenas de fuga mas também de resistência. Sendo no início local de resistência do escravizado e da escravizada. Quilombo hoje continua sendo resistência diante dos ataques aos nosso direitos e liberdades. Resistindo a precarização da educação pública e o sucateamento dos hospitais nos bairros, cidade e estados. Resistindo a perseguição em lojas a negro e negras, ao assédio moral e sexual nos locais de trabalho, mulheres e homens que dão sangue e o suor para criar seus filhos e filhas e tentar salvar essa Juventude da ”guerra as drogas” e da violência do aparato militar. A Quilombagem, segundo Clovis Moura, foi um movimento de mudança social que provocou uma força significativa ao sistema escravista, abalando as suas bases em diversos níveis- econômico, social e militar. Com isso, o covarde ataque ao Quilombo Campo Grande demonstra a necessidade da unidade de resistência contra a subserviência do governo Romeu Zema e ao Governo Bolsonaro-Mourão.
Nós do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro prestamos solidariedade à luta das mais de 450 famílias do Quilombo Campo Grande, que sofrem hoje diante da brutal força militar imposta em benefício do latifúndio e com a conivência do governador Romeu Zema.

São homens e mulheres lutadores da classe trabalhadora que tiram da terra improdutiva a subsistência para cidades com o cultivo agrícola saudável, livre de agrotóxicos, possibilitando acesso à trabalho, renda e saúde à população.
Contra a criminalização dos movimentos populares!
Todo apoio ao Quilombo Grande! Despejo na pandemia é crime! Fora Zema! Coordenação Nacional Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro – Filiado à FDIM