Hoje, 14 de março de 2021, faz três anos em que Marielle Franco e Anderson foram executados a tiros dentro de um carro.
Os assassinatos, ocorridos em 2018, marcaram um ano difícil no qual o avanço explícito da extrema direita, do conservadorismo, das milícias organizadas, do acirramento das desigualdades sociais, bem como das opressões e da exploração da população pobre, trabalhadora e periférica brasileira ficou cada vez mais gritante do início ao fim com a eleição do atual presidente do país.
O projeto ao qual Marielle dedicou a sua vida era justamente por uma sociedade que acabasse com qualquer tipo de precarização e marginalização da vida humana, buscando um mundo com justiça social especialmente para os grupos aos quais fazia parte: população periférica, negros, mulheres e LGBTIQ+.
Em três anos muita coisa infelizmente agravou a situação daqueles por quem Marielle tanto lutava. Em 2019 enfrentamos uma série de retiradas de direitos trabalhistas, sociais e ambientais conquistados duramente em décadas, e fomos massacrados pelo absurdo descaso do Governo Federal na maior pandemia do século, chegando a ficar isolados do resto do mundo e continuamos tendo questionamentos sem respostas a esses assassinatos políticos sem imparcialidade nas investigações e, consequentemente, sem de fato punição dos mandantes, que não por acaso possuem ligação direta com a família Bolsonaro.
As armadilhas da luta de classes no Brasil escancarada ainda mais pela crise sanitária e econômica nos faz refletir sobre a necessidade da destruição desse sistema que coisifica seres humanos, que extermina cotidianamente, que coloca o lucro acima de vidas e naturaliza a violência da barbárie. Apesar de ainda não termos condenados pela morte de Marielle, fica perceptível que a vida da mulher negra socialista nascida na Favela da Maré (RJ) foi ceifada por quem domina esse sistema. E assim como ela via a necessidade de construção radical de um novo mundo, nós também vemos.
Marielle presente, hoje e sempre!