Nós do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro através dessa nota prestamos toda solidariedade à camarada, professora da Universidade Federal do Mato Grosso, militante ativa das lutas sindicais feministas classistas, LGBTs, antirracistas e comunistas, Qelli Rocha. Na última semana durante o CONAD – ANDES, a militante Qelli em um dos grupos de trabalho do congresso afirmou para outra das participantes que a mesma estava realizando uma manobra política para conseguir passar a proposta que o grupo que ela representa desejava.
Em nenhum momento a professora Qelli Rocha faltou com respeito à outra professora, apenas pontuou, como é comum nos calorosos debates de ideias e propostas, que a situação se configurava como uma tentativa de modificar as decisões tomadas no grupo anteriormente.
Após o ocorrido a professora enviou para a comissão de assédio do ANDES uma denúncia contra a camarada Qelli, apresentando o fato como assédio moral. Nós temos total desacordo que a situação se configura como assédio e entendemos que a mesma está sendo utilizada politicamente para descredibilizar e perseguir uma das militantes que foram responsáveis pela a criação da própria comissão e hoje faz parte da diretoria do ANDES.
Se discordâncias políticas e apontamentos sobre tentativas de manobras forem consideradas assédio, todas os debates políticos serão cerceados sob o risco de serem considerados violentos. Para além disso corre – se o risco de uma comissão criada devido a condições concretas de assédio sexual contra professoras e estudantes perder sua importância e legitimidade ao ser instrumentalizada para perseguição entre setores em disputa.
Cabe destacar que as eleições do ANDES foram reabertas nesse CONAD, estando no momento em período de campanha e a professora que realizou a denúncia faz parte da chapa que se opõe a atual diretoria.
É inadmissível essa acusação persecutória contra uma camarada que vem dedicando sua vida historicamente às lutas contra todas as formas de opressão e contra a exploração da classe trabalhadora, bem como a utilização das lutas contra o assédio, como uma trincheira política para deslegitimar lutadoras e lutadores que estão em disputa.
Reiteramos nossa solidariedade e apoio à camarada, militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, da corrente sindical Unidade Classista e do Partido Comunista Brasileiro.
Coordenação Nacional do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
05 de outubro de 2020