MANIFESTAÇÃO DE SOLIDARIEDADE

“Menina de 11 anos que teve aborto negado no Piauí volta a engravidar por estupro”. Essa a manchete da Folha de São Paulo, no último dia 10, que escancara a barbárie reflexo da falta de debate e de políticas públicas sobre os corpos, a saúde e os direito reprodutivos.

As violências reincidentes no corpo desta criança têm diversos culpados, para além do abusador: o Estado, o Judiciário e o clamor dos conservadores e moralistas.

É inadmissível que, para além das mulheres, crianças e adolescentes passem por traumas desta proporção e, não bastasse, tenham direitos renegados e proteção negligenciada.

Negar o direito ao aborto, especialmente após violências bárbaras e reincidentes como essa, é continuar violentando a vítima. Que o cenário, desta vez, não se repita. A obrigatoriedade da gestação, ainda mais neste caso, sobrepõe os interesses do Estado burguês e de uma camada religiosa e conservadora acima da saúde física e mental de uma criança.