“Os ventos do norte não movem moinho”

Nota política da Coordenação Nacional do CFCAM

O Partido Comunista Brasileiro, partido que fundou e organiza o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, está passando por um triste momento de sua história. Nos últimos meses, vem sendo pautado nas redes sociais, o debate público sobre questões internas ao partido e coletivos. Seus arautos se autoproclamam como lictores da moral revolucionária e o fazem no sentido estrito, sob a aparência de justos defensores das resoluções congressuais e da proletarização do PCB, “sequestram a verdade”, agem como nossos inimigos de classe, mostram nossas imagens, citam nossos nomes, recortam nossas falas, incitam a desconfiança e a perseguição, nos adoecem e desqualificam, não só o Comitê Central, mas todas nós! Onde está a camaradagem? Parece-nos que subsumida à pequena política e arrogância pequeno-burguesa.

Camaradas, método é forma e conteúdo. Quando rompemos com o centralismo democrático sob o argumento de reivindicá-lo, fica estabelecida a máxima vilania, “os fins justificam os meios”. Não justificam!

É fato que este não é o primeiro triste momento que enfrentamos ao longo de nossa história e, provavelmente, também não será o último. Mas estamos confiantes e dispostas a superá-lo. E superar também os problemas de uma organização revolucionária, forjada numa sociedade de classes, racializada e generificada que hierarquiza e brutaliza as pessoas. Para seguir avançando na construção do PCB e do CFCAM, por amor a nossa classe, o exercício da crítica e autocrítica fraterna e honesta é imprescindível às direções e militância. É tempo de acolher e cuidar, de saber ouvir, de aprender, de refazer o percurso, de colocar em prática a famosa “paciência revolucionária”.

É também tempo de lembrar que a história do Partido Comunista Brasileiro é marcada pela participação das mulheres que contribuíram expressivamente na construção do partido, na história do Brasil e na organização das lutas das trabalhadoras e trabalhadores desde sua fundação. O nome do nosso coletivo é uma homenagem à militante histórica Ana Montenegro que dedicou sua vida à luta em defesa das mulheres, de toda classe trabalhadora e do partido, tendo protagonizado, junto com outras e outros camaradas, a importantíssima defesa do PCB. Uma das suas mais firmes convicções era a tarefa de impedir a destruição do partido, tentativa realizada pelo grupo liquidacionista em 1992. Ana Montenegro também deu uma enorme contribuição ao processo de Reconstrução Revolucionária do PCB. Destacamos também nossa grande camarada Zuleide Faria de Melo, que compôs o CC do PCB a partir do VIII Congresso em 1987, liderou o Movimento em Defesa do Partido, em 1992, cedendo sua casa para reunir o comando central da resistência à tentativa de liquidar o Partido e ocupou a Secretaria Geral, em sucessão ao camarada Horácio Macedo, até o ano de 2008. E também não podemos deixar de destacar, nossa grande camarada Mercedes Lima, que faz parte dessa CN, e foi responsável direta pela luta e a organização do feminismo classista, é fundadora do nosso coletivo, além de ser histórica na resistência e na reconstrução revolucionária do PCB.


“Por ser um coletivo partidário e por constituir um importante instrumento de luta do Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro possui uma clara linha política, sempre coerente com as resoluções e orientações congressuais do PCB”. A Coordenação Nacional do CFCAM reitera seu compromisso, respeito e confiança às resoluções aprovadas e ao Comitê Central, eleito no XVI Congresso Nacional do PCB, realizado recentemente, em novembro de 2021. Por isso viemos a público nos colocar em defesa do Partido e contra qualquer tentativa de fraccionismo.

FOMOS, SOMOS E SEREMOS COMUNISTAS!
VIVA A HISTÓRIA DE LUTA DAS MULHERES COMUNISTAS!
VIVA O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO E O COLETIVO FEMINISTA CLASSISTA ANA MONTENEGRO!
FEMINISMO CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!