Em 1996, foi pautada a criação do dia Nacional da Visibilidade Lésbica, no 1° Seminário Nacional de Lésbicas. A partir disso, agosto passou a ser também um mês voltado para lembrar a existência da mulher lésbica, as violências sofridas por elas e as pautas que o movimento reivindica.
Por que precisamos falar sobre a vida das mulheres lésbicas? As características do modelo de produção capitalista são um ponto de partida para compreensão das opressões existentes na sociedade. Um modelo social que tem a frente de tudo a acumulação da riqueza utiliza-se de diversas formas de dominação para explorar do trabalho humano da forma mais nefasta possível.
A invisibilidade das mulheres lésbicas fica evidente no fato de nem mesmo existir dados sobre as violências sofridas. O levantamento mais conhecido é o Dossiê do Lesbocídio, que foi realizado entre os anos de 2014 e 2017, um trabalho do Núcleo de Inclusão Social (NIS) da (UFRJ). Ao menos 126 lésbicas foram assassinadas no país entre 2014 e 2017, destes, 54 casos só em 2017, ano que também houve o maior número de caso de suicídio. Dos crimes cometidos contra mulheres lésbicas, 71% deles aconteceram em espaços públicos, sendo 43% dos assassinos eram pessoas desconhecidas para as vítimas e 83% das mortes foram causadas por homens.
O núcleo destaca que os números apresentados ainda não correspondem à realidade, pois a pesquisa só teve condições de ser realizada por meio da mídia, por não haver dados tabulados nos órgãos oficiais.
Quando falamos de mulheres lésbicas estamos falando de vidas construídas a partir do medo, nos espaços públicos e privados, em uma sociedade que naturaliza a dominação dos corpos das mulheres a partir da violência física e sexual.
Contra todas as formas de violência e em defesa da vida de todas as mulheres, seguiremos em luta enquanto existir qualquer forma de exploração, dominação e opressão!