‘’Meu reisado quando sai a rua
Noite de lua só parece um beija-flor
Eu tenho valor
Eu tenho memória
Meu peito chora meu coração sente a dor’’
(Marcha do Reisado-Mestra Virgínia de Moraes)
Esta mulher, mais um exemplo de Mestra da cultura popular do nosso estado e sobrevivente dos escombros do esquecimento, nasceu em Maceió (AL) em um bairro pobre chamado Rio Novo, no ano 1916. Ainda na infância cresce inserida na cultura popular como dançarina de Reisado. Com o decorrer dos anos tornou-se mestra e além de Mestra de Reisado, ela foi benzedeira, parteira e curandeira, autora e intérprete da poesia e da música popular tradicional da cultura alagoana. Comandou o grupo de reisado Três Amores.
Reconhecida nacionalmente e internacionalmente por sua voz e as belíssimas letras de autoria própria tocada em Reisado, sua história foi contada em filme de Celso Brandão e Cintia Ribeiro.
O folclore alagoano entrou em luto no dia 18 de outubro de 2003. Virgínia, em 97 anos de idade, acumulou uma herança riquíssima para o patrimônio cultural do Povo.
Mestra Virgínia, presente hoje e sempre!
Fontes:
ROSA E SILVA, E. Q.; BOMFIM, E. A. (Org). Dicionário Mulheres de Alagoas ontem e hoje. Maceió: Edufal, 2007.
SCHUMAHER, S. Gogó de Emas: a participação das mulheres na história do Estado do Alagoas. Rio de Janeiro: REDEH, 2004.